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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Inspire a sua essência...







Quando estamos gerando um filho, essa nova vida que se inicia capta todas as sensações da mãe, tudo que a mãe sente e vive nesse momento é transmitido para o bebe! Tanto os bons quanto os maus momentos são absorvidos pela criança. Porém, o bebe não tem absolutamente nada a ver com aquilo que a mãe está passando, os sentimentos maternos que mãe tem durante a gestação, que são muito intensos por sinal, não devem ser passados para o bebe. Esses sentimentos acabam gerando confusão emocional, que muitas vezes ficam impregnados no inconsciente, e que quando adultos isso começa a se refletir na sua vida fazendo com que repita padrões que muitas vezes são dos seus pais. Portanto, quando passar por momentos turbulentos converse com seu bebe, explique o que está acontecendo com você e que todos aqueles sentimentos que você está sentindo são seus! Que não diz respeito a ele, que você o ama!

Thalyta Trolese

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Seis questões preveem risco de obesidade infantil ao nascer - informações da BBC






Questões da obesidade

Pesquisadores britânicos afirmam que uma fórmula relativamente simples, com seis perguntas, é capaz de prever o risco de obesidade de uma criança logo após seu nascimento.

Eles descobriram que apenas a análise de algumas questões simples já é o bastante para prever a obesidade.

A lista tem seis questões:

O peso da criança ao nascer;
o índice de massa corporal dos pais;
o ganho de peso da mãe durante a gravidez;
se a mãe fumou ou não durante a gravidez;
o número de pessoas que moram na casa da criança recém-nascida; e
o status profissional da mãe.
Fórmula da obesidade

Todos são fatores de risco para obesidade já muito conhecidos, mas os pesquisadores decidiram colocá-los juntos em uma fórmula.
Seis questões preveem risco de obesidade infantil ao nasc



As três primeiras perguntas são respondidas com dados numéricos, enquanto as demais são respondidas como sim ou não - resposta "não" vale 0 e resposta "sim" vale 1.










A fórmula exige dados adicionais sobre raça, uma vez que os dados estatísticos variam entre brancos, negros, hispânicos e asiáticos.

A fórmula é a seguinte:

Para uma correta aplicação da fórmula, vejo o artigo científico descrevendo o estudo, seguindo a indicação acima
Além da genética

Anteriormente, os especialistas acreditavam que fatores genéticos eram os maiores determinantes de problemas de peso em crianças, mas apenas cerca de um em cada dez casos de obesidade é resultado de uma mutação genética rara que afeta o apetite.

Os dois últimos itens da lista, por exemplo, estão relacionados ao ambiente social no qual a criança nasce e que pode elevar o risco de obesidade.

"Quanto menor o número de pessoas morando na residência, maior o risco de obesidade da criança, pois este número está ligado às mães solteiras", afirmou a Marjo-Riitta Jarvelin, que participou do estudo.

"E quanto ao status profissional da mãe, sabemos que uma mãe com maior (nível de) educação é mais bem preparada, sabe mais a respeito da saúde da criança", acrescentou.

"A equação é baseada em dados de um recém-nascido que todos podem obter e descobrimos que pode prever cerca de 80% (dos casos de) crianças obesas", afirmou Philippe Froguel, do Imperial College de Londres, que liderou o estudo.

A pesquisa foi publicada na revista especializada PLos One.

Diário de Saúde

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Seu bebê já bocejou hoje?


Bocejo no útero
Seu bebê já bocejou hoje?
O bocejo do bebê no útero pode ser um indicador de desenvolvimento saudável a ser monitorado pelos médicos durante o pré-natal.[Imagem: Reissland et al./PLOS One]
Os bebês bocejam ainda no útero da mãe.
A descoberta poderá dar aos médicos mais um indicador para aferir a saúde do feto durante a gestação.
Cientistas das universidades Durham e Lancaster, no Reino Unido, apresentaram o achado surpreendente em um artigo publicado na revista científica Plos One.
Ultrassom 4D
Os exames de ultrassom tridimensionais permitiram ver detalhes do bebê no útero quase tão precisos como se ele já tivesse nascido.
Um dos comportamentos que mais chamaram a atenção nos fetos foi a boca aberta verificada vez por outra.
Os médicos mais conservadores rapidamente "explicaram" o caso como um fenômeno de movimento involuntário: o bebê estaria simplesmente abrindo a boca, assim como mexe com os braços e as pernas.
Nadja Reissland e seus colegas viram algo mais: parecia que o bebê estava bocejando.
Para comprovar sua hipótese, elas observaram 15 fetos saudáveis usando o modelo mais moderno de ultrassom, chamado 4D, que permite virtualmente filmar o bebê no útero.
Bocejo do desenvolvimento
Os resultados foram claros porque permitiram identificar bocejos e aberturas comuns da boca, "não bocejantes".
Os pesquisadores descobriram que metade das vezes em que um bebê ainda no útero abre a boca ele está bocejando.
Os fetos observados tinham entre 24 e 36 semanas de gestação. Conforme a gestação prossegue, os bocejos diminuem, ou seja, fetos mais jovens bocejam mais.
Embora a função e a importância dos bocejos entre os já nascidos sejam desconhecidas, os pesquisadores acreditam que, nos fetos, eles parecem estar associados ao desenvolvimento.
"Ao contrário de nós, os fetos não bocejam de forma contagiosa, e nem bocejam porque estão com sono. A frequência do bocejar no útero pode estar ligado à maturação do cérebro no início da gravidez," sugere a Dra. Reissland, baseando-se na diminuição dos bocejos com o desenvolver da gravidez.
Ela sugere que o bocejo no útero pode estar relacionado com a maturação do sistema nervoso central, mas a comprovação dessa hipótese exigirá novos estudos envolvendo a mãe e o bebê.

Redação do Diário da Saúde
27-11-2012
http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=bebe-boceja-utero&id=8364&nl=nlds

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Azia ...entenda mais ...



Descubra a diferença entre refluxo, gastrite e azia
Azia, queimação e refluxo gastroesofágico costumam ocorrer nos últimos meses de gestação, causando forte queimação no estômago e dor torácica.
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Isso acontece devido às mudanças hormonais e, principalmente pelo crescimento do útero que pressiona o estômago ocasionando o retorno do conteúdo gástrico para o esôfago. Apesar de tais sintomas serem comuns durante a gravidez, vale tomar alguns cuidados para evitá-los.

Segundo o médico e cirurgião geral Dr. Sérgio Barrichello, da Clínica Healthme gerenciamento de perda de peso, que também é endoscopista do (HC-FMUSP) e especialista em emagrecimento, a elevação do nível de progesterona causa o relaxamento da musculatura que separa o estômago do esôfago. “Com isso, os ácidos gástricos sobem para o esôfago causando a sensação de azia e opressão torácica”, explica.

Ele acrescenta que tais sintomas podem surgir durante toda a gestação, com maior frequência nos últimos meses, por isso, é importante que a gestante mantenha hábitos saudáveis em tempo integral para ajudar a prevenir o problema. De acordo com o especialista, as gestantes não devem  ingerir grandes quantidades de comida uma ou duas horas antes de dormir, evitando que o alimento fique parado no estômago. “O ideal é fazer seis refeições diárias e ingerir pequenas quantidades para facilitar a digestão. Além disso, realizar uma caminhada após cada refeição é uma boa alternativa para acelerar o processo digestivo”, destaca.

Males da gravidez: azia, refluxo e gastrite: Para não confundir sensação de azia com refluxo gastroesofágico ou gastrite, conheça cada sintoma: o refluxo é quando o conteúdo gástrico retorna do estômago para o esôfago, podendo ou não causar inflamação; a azia é o sintoma de queimação no tórax causado ocasionalmente devido ao refluxo gastroesofágico.

A gastrite é uma inflamação da mucosa do estômago que na maioria dos casos é causado pelo aumento da acidez do estômago. Pode ser desencadeada por questões emocionais, ansiedade, estresse e má alimentação. É preciso ficar atenta aos sintomas e à frequência com que acontecem. Afinal, quanto antes for realizado o diagnóstico, mas eficaz será o tratamento minimizando seus efeitos. Neste caso, o médico pode prescrever medicamentos que diminuem a secreção do ácido produzido pelo estômago, e sugerir alteração na alimentação.

Entenda como cada um age no estômago e saiba identificá-los:

Azia: queimação no peito e garganta, além disso, a gestante pode sentir o sabor ácido na boca.

Refluxo: sensação de algo subindo pelo esôfago, o que pode ocasionar a azia.

Gastrite: pode manifestar-se por perda do apetite, náuseas, vômitos associado a dor e queimação na boca do estômago.

Saiba como tratar cada um dos problemas, durante a gravidez:

Azia: para amenizá-la é importante evitar o consumo de café, alimentos gordurosos, alguns doces e incluir no cardápio diário verduras e legumes. Se a azia for constante ou muito intensa, busque orientação médica. Pois, o especialista poderá prescrever medicamentos à base de magnésio ou de cálcio, como as pastilhas de magnésia bisurada.

Refluxo: mudanças alimentares devem ser feitas para diminuir ou evitar que o refluxo persista, evitando os sintomas e complicações como estenoses, úlceras, e câncer. É importante alterar os hábitos que desencadeiam o refluxo como:  ficar prostrado após se alimentar, deitar antes de realizar a digestão, fumar ou apostar em uma alimentação muito pesada.

Gastrite: o tratamento depende da causa específica. Algumas podem desaparecer com o tempo. Conforme a gravidade, o médico pode indicar o uso de medicamentos antiácidos para controlar a quantidade de ácidos no estômago. Se a gastrite for causada por uma infecção, o problema pode ser tratado com antibióticos para eliminar a infecção por H. pylori. Lembre-se: qualquer medicamento só pode ser ingerido sob orientação médica, em especial, durante a gestação.

Medidas para evitar o problema : Adotar uma alimentação equilibrada, cortar condimentos e frituras são medidas essenciais. “O ideal é mastigar bem os alimentos e não beber líquidos durante a refeição. Principalmente no período noturno, a gestante deve evitar ingerir café, bebidas gaseificadas ou achocolatados”, ressalta Dr. Sérgio Barrichello.

Outra questão importante é a posição durante o sono, pois isso pode interferir nos sintomas do refluxo. Caso os sintomas incomodem, “Procure dormir em uma posição de modo que  a cabeça fique mais alta que os pés, para aliviar a sensação de azia e queimação”, recomenda. A gestante também deve usar roupas largas e confortáveis que não apertem a cintura e o estômago. Vale destacar que, tais cuidados, podem aliviar o refluxo e a azia, mas se os sintomas persistirem é fundamental procurar um médico.

Driblando a azia e a queimação: Evitar alimentos gordurosos, fazer uma alimentação rica em fibras e principalmente a noite não consumir grandes quantidades de alimento. Comer cerca de 6 vezes ao dia e realizar atividades físicas regulares. A constipação intestinal também aumenta os sintomas gastroesofágicos, portanto alimentos laxativos como mamão e ameixas devem ser estimulados.



Saúde & Beleza11/11/2012 -

Fonte- Médico Cirurgião Geral e Endoscopista Sérgio Barrichello, da Clínica Healthme

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Muito sal na gravidez pode gerar adultos com hipertensão









Gerando hipertensão

Uma dieta com elevado consumo de sal durante a gestação poderá gerar indivíduos que, na idade adulta, terão hipertensão arterial.

Por outro lado, se o consumo de sal durante a gravidez for baixo, o problema pode ser o desenvolvimento de resistência à insulina.

Esses são alguns dos resultados obtidos em estudos feitos pela equipe do professor Joel Claudio Heimann, da Universidade de São Paulo (FMUSP), que investiga os efeitos das alterações no ambiente perinatal, que engloba o período gestacional até o final da lactação.

A pesquisa foi realizada em cobaias, exigindo estudos adicionais de validação para que os resultados sejam extrapolados para o homem.

Resistência à insulina e obesidade

O trabalho vem produzindo dados importantes sobre o papel do sal durante o período gestacional.

Por exemplo, a dieta hipossódica, com restrição de sal, levou à formação de animais que, na idade adulta, apresentaram excesso de colesterol (hipercolesterolemia).

Esses mesmos animais também apresentaram maior resistência à insulina. "Isso significa que eles precisam de mais insulina para manter os níveis normais de açúcar no sangue", explicou Heimann.

Outro efeito curioso observado é que as fêmeas - mas não os machos - das proles de mães que consumiram dieta com pouco sal durante a gestação e amamentação desenvolveram obesidade na idade adulta.

Os mecanismos responsáveis por qualquer caso de obesidade podem ser a maior ingestão de alimentos com conteúdo calórico elevado, o menor gasto energético decorrente de sedentarismo ou peculiaridades do metabolismo (como o hipotiroidismo) ou o conjunto dos mecanismos.

"No nosso estudo, o primeiro fator foi excluído. As fêmeas obesas não ingeriram mais ração do que o grupo controle - prole de mães alimentadas com ração com conteúdo normal de sal durante o período perinatal. Em conclusão, restou a hipótese do menor gasto energético", disse.

Fenótipo econômico

Outra linha do estudo analisa alterações na prole de mães com hiper ou hipotiroidismo durante a gestação.

Coordenado pela professora Maria Luiza Morais Barreto de Chaves, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, o estudo descobriu que filhotes de mães que sofrem de hipertiroidismo nascem com baixo peso.

Heimann lembra que o nascimento abaixo do peso pode ser indicativo de complicações na idade adulta.

Esse problema foi apontado pela primeira vez pelo epidemiologista inglês David J.P. Barker, criador da hipótese do fenótipo econômico segundo a qual mães que sofrem restrições na alimentação durante a gestação produzem filhos menores de forma a adaptá-los às condições de escassez do ambiente.

Poluição e gravidez

O grupo também está analisando os efeitos da poluição atmosférica na gestação.

Esse estudo é coordenado pelo professor Paulo Saldiva, do Departamento de Patologia da FMUSP, especialista na relação entre poluição atmosférica e saúde.

Baixo peso ao nascimento, diminuição da fertilidade e hipertensão arterial, como efeitos da poluição, também foram verificados em humanos.

Outro efeito observado, tanto em animais como em seres humanos cujas mães foram submetidas à poluição durante a gestação, é a geração de mais fêmeas do que a machos. "Essa é uma linha de investigação importante, especialmente para cidades com índices de poluição, como São Paulo," disse Heimann.

Fatores epigenéticos

Para o professor da USP, a maior contribuição desse projeto está em chamar a atenção para fatores capazes de alterar a programação do feto sem modificar a estrutura do DNA.

Fatores importantes, como a resistência à insulina surgem e são passados de uma geração para outra e dependem apenas das condições encontradas durante o período gestacional.

Chamados de mecanismos epigenéticos, por não serem localizados no genótipo, esses fatores têm demonstrado possuir um grande grau de influência sobre as características dos indivíduos. "Os estudos vêm mostrar que não é somente a genética, mas há estímulos que reprogramam o feto e causam alterações profundas no organismo", disse Heimann.

Com isso, o pesquisador já nota mudanças nos procedimentos médicos. "Os obstetras, por exemplo, que antes se preocupavam muito em manter o peso da gestante, hoje são mais flexíveis nesse ponto, uma vez que gestações com restrições calóricas extremas possuem efeitos negativos sobre a prole", afirmou.



domingo, 9 de setembro de 2012

Restrição alimentar na gestação gera obesidade nos filhos



Programação fetal

A restrição alimentar materna durante a gestação  causa alterações no intestino dos filhos que perduram até a vida adulta.
Essas alterações podem colaborar para o estabelecimento da obesidade.
Os resultados do estudo, feito com animais de laboratório por pesquisadores a Universidade Estadual Paulista (Unesp), não estão isolados.
Eles dão suporte à chamada hipótese da programação fetal, já levantada por outros cientistas, segundo a qual o organismo do feto se adapta não apenas às condições do ambiente intrauterino adverso, mas do ambiente em geral.
Por exemplo, já se demonstrou que atividades físicas adequadas durante a gravidez melhoram o coração da mãe e do bebê.

Expressão gênica

No caso do efeito adverso, causado pela alimentação inadequada, como esse metabolismo poupador se mantém após o nascimento, o indivíduo se torna mais propenso a engordar caso o padrão de ingestão calórica melhore.
Na pesquisa, coordenada pela professora Maria de Lourdes Mendes Vicentini Paulino, do Instituto de Biociências do campus da Unesp em Botucatu,
Foram investigados os efeitos da baixa ingestão proteica durante a gestação sobre a atividade e a expressão gênica de enzimas intestinais, e sobre a expressão gênica e imunolocalização de transportadores intestinais da prole, que são fundamentais para a absorção de nutrientes no intestino.
"Para um nutriente ser absorvido, ele primeiro precisa ser digerido por enzimas até alcançar um tamanho pequeno o suficiente para atravessar a membrana das células do intestino. E para que essa travessia ocorra, as moléculas precisam se ligar a proteínas que atuam como transportadores", explica a professora Maria de Lourdes Paulino.
Foram avaliadas a atividade e a expressão gênica das enzimas sacarase, lactase e maltase - responsáveis pela digestão de carboidratos. "Para saber o quanto a síntese dessas enzimas estava sendo estimulada, medimos a abundância do RNA mensageiro relacionado a esse processo", disse Maria de Lourdes.

Imunohistoquímica
Para medir a quantidade de enzimas presente nas células intestinais, um raspado de mucosa foi incubado com o carboidrato a ser digerido.
"Se a intenção é medir a quantidade de sacarase, por exemplo, coloca-se a mucosa em tubo na presença de uma solução de sacarose. A enzima presente na mucosa quebra esse carboidrato em moléculas de glicose e de frutose. Ao final, a glicose originada na reação é quantificada para a determinação da quantidade de enzima presente", explicou a pesquisadora.
Também foram avaliadas a presença e a expressão gênica de dois transportadores de moléculas de glicose - o SGLT1 e o GLUT2 - e de um transportador de peptídeos - o PEPT1.
"Por meio de um estudo de imunohistoquímica, em que foram analisadas as células intestinais, verificamos a presença desses transportadores. Também medimos a proliferação das células intestinais e a altura das vilosidades, para saber se a superfície de absorção de nutrientes estava aumentada", disse Maria de Lourdes.

Da fome à obesidade

O experimento Unesp foi iniciado com dois grupos de ratas-mãe. Durante o período de gestação, a rata do grupo controle recebeu uma dieta com 17% de proteína. A outra recebia apenas 6% de proteína na ração.
Assim que os filhotes nasceram e teve início o período de amamentação, as fêmeas passaram a receber uma dieta idêntica, com 23% de proteína. As primeiras análises foram feitas quando os filhotes estavam com três semanas de idade, o que corresponde ao período de desmame.
"Das três enzimas estudadas, percebemos uma elevação estatisticamente significante na lactase, que é justamente a responsável pela digestão do açúcar do leite, no grupo que sofreu a restrição alimentar. Houve também aumento na expressão gênica dessa enzima", afirmou Maria de Lourdes.
Após o desmame, os filhotes dos dois grupos passaram a receber uma dieta idêntica, normoproteica. Na segunda análise feita com 16 semanas, considerada a fase adulta nos ratos, verificou-se maior atividade e maior expressão gênica da enzima sacarase no grupo cuja mãe havia sido privada de proteínas durante a gestação.
"Não medimos a atividade da lactase na fase adulta porque nos mamíferos, normalmente, a síntese dessa enzima diminui após o desmame", explicou.

Absorção de nutrientes

Nas duas análises - feitas com três e 16 semanas de idade - foi possível notar maior proliferação intestinal, maior expressão gênica e maior presença dos transportadores SGLT1, GLUT2 e PEPT1, com consequências diretas na absorção dos nutrientes. Essas respostas foram encontradas principalmente no duodeno, parte inicial do intestino delgado.
"Os resultados nos mostram que alterações do intestino delgado observadas na idade adulta podem ser programadas durante a gestação e que esta resposta pode ser atribuída, pelo menos parcialmente, ao aumento na expressão gênica de enzimas e transportadores. Essas alterações, que possibilitam maior absorção de nutrientes, talvez possam contribuir para o acúmulo de gordura observado em outros estudos", avaliou Maria de Lourdes.
A equipe pretende agora investigar se a atividade enzimática e a expressão gênica das enzimas pancreáticas, responsáveis por iniciar a a digestão dos nutrientes, são afetadas pela restrição alimentar.
"Vamos estudar a fase anterior do processo digestivo. As enzimas pancreáticas são também ligadas ao fornecimento de energia para o organismo", disse Maria de Lourdes, que destaca a importante participação na pesquisa de Daniela Felipe Pinheiro.

sábado, 21 de julho de 2012

Pessoal achei esse artigo no site da Morada da Floresta e resolvi compartilhar com todas as mães da era da sustentabilidade que é esse momento -vejam que interessante.


Higiene Natural Infantil
Uma nova visão sobre uma antiga prática – o movimento “sem fraldas”

A base do ‘método de higiene natural infantil’ é um exercício de reconhecimento dos ciclos das crianças e uma prática de comunicação. Os adultos que o praticam com as crianças ao seu redor sabem que elas podem comunicar-se de formas não verbais. Da mesma forma que a mãe oferece o seio quando percebe que seu bebê está com fome, ela pode oferecer um pinico, levá-lo à privada ou a um canteiro de terra, ou a qualquer outro receptáculo de sua preferencia ao se dar conta de que a criança precisa urinar ou defecar. A eliminação de xixi e cocô, tão bem como as necessidades de comer ou dormir, possuem natureza cíclica.
Traduzido e adaptado de Aube #22 por Tara e Bruno
A base do ‘método de higiene natural infantil’ é um exercício de reconhecimento dos ciclos das crianças e uma prática de comunicação. Os adultos que o praticam com as crianças ao seu redor sabem que elas podem comunicar-se de formas não verbais. Da mesma forma que a mãe oferece o seio quando percebe que seu bebê está com fome, ela pode oferecer um pinico, levá-lo à privada ou a um canteiro de terra, ou a qualquer outro receptáculo de sua preferencia ao se dar conta de que a criança precisa urinar ou defecar. A eliminação de xixi e cocô, tão bem como as necessidades de comer ou dormir, possuem natureza cíclica. O reconhecimento desses sinais e ciclos permitem aos pais satisfazer essa necessidade de seus filhos de uma maneira mais harmoniosa que o simples trocar de fraldas.
Adultos adeptos do ‘método de higiene natural infantil’ podem assegurar que os bebês são conscientes de sua necessidade de eliminação e capazes de a comunicar desde muito jovens. Isso contraria teorias segundo as quais é impossível aos menores de dois ou três anos controlar os músculos do esfíncter externo, que controla a abertura voluntária do ânus. Uma das vantagens é que o método permite à criança desenvolver desde cedo a consciência de uma de suas necessidades fundamentais, levando também a uma maior percepção de seu corpo. Todos que praticam este método são conscientes de que os pequenos possuem um senso de limpeza e que não gostam de permanecer sujos e molhados dentro das fraldas. Porém acabam se condicionando a isso até os dois ou três anos, quando é preconizado se começar um treinamento para deixar as grandes causadoras de assaduras.
É um modo amável que se baseia na escuta das necessidades da criança promovendo um laço afetivo muito forte. Contrariamente ao método convencional de abandono das fraldas, ele é não coercitivo pois não cria um sentimento de sucesso ou decepção a cada eliminação. Isto porque o importante é a capacidadeá de ouvir e responder à necessidade dos filhos. A mensagem que podemos ter em mente é que as fraldas não são indispensáveis e que é possível em qualquer lugar do planeta praticar a higiene natural infantil. O ‘método de higiene natural infantil’ poupa água e sabão de lavagem no caso das fraldas de pano, mas principalmente no que se refere a utilisação de fraldas descartáveis, extremamente poluentes para o ambiente e nocivas para a pele delicada do bebê.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Gravidez nos tempos modernos Gabriel Novis Neves

  O organismo feminino não sabe que estamos nos tempos modernos e funciona como foi programado, especialmente com relação à reprodução.
      Com o passar dos séculos o homem, com a sua “infinita sabedoria”, no sentido de ajudar, desregulou essa montagem da natureza.
     Como tudo que existe no universo, também somos filhos da natureza e a ela devemos obediência.
     Jamais pensei em radicalizar as minhas concepções humanísticas, ignorando que a ciência dos homens muito tem ajudado a natureza em certos casos.
     Fernando Magalhães, o pai da obstetrícia moderna no Brasil, dizia que a necessidade de aprender jamais poderia representar a necessidade de prejudicar alguém.
     O organismo feminino desconhece muito das invenções da ciência médica. Cito como exemplo o parto operatório (Cesariana), nos tempos modernos considerado pelas gestantes, e a maioria dos médicos, como o parto normal.
     Na nossa cidade o parto normal só acontece nas maternidades particulares, principalmente, quando a gestante chega ao hospital em período expulsivo.
     Entender o processo de reprodução humana é uma das maravilhas que conheço e, até hoje, com mais de meio século de exercício profissional, ainda me emociono profundamente.
     Somos produtos de duas células, uma feminina e outra masculina. Após 40 semanas, essa célula nova será uma criança de cerca de três quilos trezentos e cinquenta gramas, com um comprimento, em média, de cinquenta centímetros.
A gestação não é doença, muito pelo contrário. É sinal de saúde do casal e assim deve ser tratada.
     É imprescindível, para o sucesso da reprodução, um bom pré-natal. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, no mínimo, seis consultas nesse período.
     Essas consultas são distribuídas nas três fases da gestação: primeiro trimestre - onde quem comanda é a genética; o segundo trimestre - aquele em que as atenções maiores são para a saúde da mãe; e o terceiro trimestre - quando o médico irá monitorizar a saúde do neném e da mãe.
     O contato eventual de uma gestante com um obstetra não representa pré-natal. Como gestação não é doença, precisamos informar às gestantes dos tempos modernos, princípios de fisiologia.
    As alterações do corpo feminino são fantásticas, sendo as externas percebidas pela futuras mães. O volume de líquido plasmático aumenta cerca de dois litros. Por isso, recomendamos a elas o único medicamento durante essa fase, que é a recolocação do ferro em um líquido que aumentou consideravelmente.
  A gestante nunca deverá usar medicamentos sem orientação médica, especialmente no primeiro trimestre da gravidez. Isso poderá causar lesões ao feto.
      Evitar cair em tentação com os “conselhos” recebidos. Dificilmente na nossa cultura alguém se controla no sentido de indicar um exercício, massagem, produtos da rendosa medicina alternativa com uma fórmula ou remédio misterioso - que é uma “maravilha.”
     São colocadas à gestante tantas informações que, observando a ansiedade das mesmas após mais de vinte anos de pesquisas, e com ajuda de artistas plásticos, escultores, fotógrafos, ceramistas, fiz um consultório de terapia visual para pré-natal.
     A terapia visual é de cura instantânea quando atingimos o emocional das pacientes. Com essa exposição mostro uma série de equívocos educacionais, causa de sofrimento das gestantes dos tempos modernos.
    Elas vêem com interesse o trabalho visual e derrubam valores como: - gravidez faz a mulher ficar feia; que não podem namorar; que aleitamento causa flacidez nas mamas; dúvidas se o feto é perfeito; tipos de partos e, finalmente, se na hora do início do trabalho de parto encontrará o seu médico.

 Esclarecendo as perguntas, as gestantes dos tempos modernos compreendem esse momento especial que lhes fora concedido como prêmio, e não, como castigo por ter comido a maçã proibida e expulsa do paraíso com a maldição do “parirás com dor.”
     Vejo a gravidez nos tempos modernos com a simplicidade dos tempos de Eva.


Gabriel Novis Neves é médico.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Alerta - Efeitos de restrição alimentar durante a gestação...


Muito interessante essa matéria ainda faz um alerta para algumas mães que  muitas vezes não se alimentam adequadamente no período da gravidez, por medo de engordar ou mesmo por não ter hábitos saudáveis de alimentação..


Estudo mostra efeitos da restrição alimentar durante a gestação: Cientistas da Unesp revelam alterações de enzimas e transportadores no intestino da prole cujas mães sofreram restrição proteica durante a gestação
Uma pesquisa feita na Universidade Estadual Paulista (Unesp) comprovou que a restrição alimentar materna durante a gestação causa alterações no intestino da prole que perduram até a vida adulta. Tais alterações podem colaborar para o estabelecimento da obesidade observada em animais nascidos nessas condições.
Os resultados do estudo, feito com ratos, vão ao encontro da chamada hipótese da programação fetal, já levantada por outros trabalhos da literatura, segundo a qual o organismo do feto se adapta a um ambiente intrauterino adverso. Como esse metabolismo poupador se mantém após o nascimento, o indivíduo se torna mais propenso a engordar caso o padrão de ingestão calórica melhore.
Na pesquisa, coordenada pela professora Maria de Lourdes Mendes Vicentini Paulino, do Instituto de Biociências do campus da Unesp em Botucatu, foram investigados os efeitos da baixa ingestão proteica durante a gestação sobre a atividade e expressão gênica de enzimas intestinais e sobre a expressão gênica e imunolocalização de transportadores intestinais da prole, que são fundamentais para a absorção de nutrientes no intestino.
“Para um nutriente ser absorvido, ele primeiro precisa ser digerido por enzimas até alcançar um tamanho pequeno o suficiente para atravessar a membrana das células do intestino. E para que essa travessia ocorra, as moléculas precisam se ligar a proteínas que atuam como transportadores”, explicou Paulino.
Foram avaliadas a atividade e a expressão gênica das enzimas sacarase, lactase e maltase – responsáveis pela digestão de carboidratos. “Para saber o quanto a síntese dessas enzimas estava sendo estimulada, medimos a abundância do RNA mensageiro relacionado a esse processo”, disse Paulino.
Para medir a quantidade de enzimas presente nas células intestinais, um raspado de mucosa foi incubado com o carboidrato a ser digerido.
“Se a intenção é medir a quantidade de sacarase, por exemplo, coloca-se a mucosa em tubo na presença de uma solução de sacarose. A enzima presente na mucosa quebra esse carboidrato em moléculas de glicose e de frutose. Ao final, a glicose originada na reação é quantificada para a determinação da quantidade de enzima presente”, explicou a pesquisadora.
Também foram avaliadas a presença e a expressão gênica de dois transportadores de moléculas de glicose – o SGLT1 e o GLUT2 – e de um transportador de peptídeos – o PEPT1.
“Por meio de um estudo de imunohistoquímica, em que foram analisadas as células intestinais, verificamos a presença desses transportadores. Também medimos a proliferação das células intestinais e a altura das vilosidades, para saber se a superfície de absorção de nutrientes estava aumentada”, disse Paulino.
Passo a passo
O experimento na Unesp foi iniciado com dois grupos de ratas-mãe. Durante o período de gestação, a rata do grupo controle recebeu uma dieta com 17% de proteína. A outra recebia apenas 6% de proteína na ração.
Assim que os filhotes nasceram e teve início o período de amamentação, as fêmeas passaram a receber uma dieta idêntica, com 23% de proteína. As primeiras análises foram feitas quando os filhotes estavam com três semanas de idade, o que corresponde ao período de desmame.
“Das três enzimas estudadas, percebemos uma elevação estatisticamente significante na lactase, que é justamente a responsável pela digestão do açúcar do leite, no grupo que sofreu a restrição alimentar. Houve também aumento na expressão gênica dessa enzima”, afirmou Paulino.
Após o desmame, os filhotes dos dois grupos passaram a receber uma dieta idêntica, normoproteica. Na segunda análise feita com 16 semanas, considerada a fase adulta nos ratos, verificou-se maior atividade e maior expressão gênica da enzima sacarase no grupo cuja mãe havia sido privada de proteínas durante a gestação.
“Não medimos a atividade da lactase na fase adulta porque nos mamíferos, normalmente, a síntese dessa enzima diminui após o desmame”, explicou.
Nas duas análises – feitas com três e 16 semanas de idade – foi possível notar maior proliferação intestinal, maior expressão gênica e maior presença dos transportadores SGLT1, GLUT2 e PEPT1, que tem consequência direta na absorção dos nutrientes. Essas respostas foram encontradas principalmente no duodeno, parte inicial do intestino delgado.
“Os resultados nos mostram que alterações do intestino delgado observadas na idade adulta podem ser programadas durante a gestação e que esta resposta pode ser atribuída, pelo menos parcialmente, ao aumento na expressão gênica de enzimas e transportadores. Essas alterações, que possibilitam maior absorção de nutrientes, talvez possam contribuir para o acúmulo de gordura observado em outros estudos”, avaliou Paulino.
A equipe pretende agora investigar se a atividade enzimática e a expressão gênica das enzimas pancreáticas, responsáveis por iniciar a a digestão dos nutrientes, são afetadas pela restrição alimentar.
“Vamos estudar a fase anterior do processo digestivo. As enzimas pancreáticas são também ligadas ao fornecimento de energia para o organismo”, disse Paulino, que destaca a importante participação na pesquisa de Daniela Felipe Pinheiro, pós-doutoranda no Instituto de Biociências da Unesp, com Bolsa da
FAPESP.

Karina Toledo

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Uma visão diferente sobre a gestação...cósmica também.

Gravidez e Ayurveda
Por: Thays Biasetti

A terapeuta Silvana Cutolo fala em como ter uma gestação saudável com ajuda da ciência indiana. 
 



1.Como o Ayurveda enxerga a gravidez?
Baseada em dois termos sânscritos, Ayu, que significa vida, e Veda, conhecimento ou ciência, o Ayurveda, ou medicina indiana, enxerga o indivíduo como um todo e inter-relação e integração com os outros seres, com a natureza e o Cosmos. Assim, busca promover um equilíbrio psicofísico e espiritual, por meio de técnicas, para manter a saúde e viver uma vida saudável e feliz. O Ayurveda apresenta 9 áreas, sendo que a ginecologia, obstetrícia e pediatria estão reunidos no Baala Chikitsaa ou Kaumar Britya, área focada na saúde da mulher no período pré-gestacional, na gestação, no trabalho de parto, no pós-parto e na saúde do bebê na vida intra-uterina e após o nascimento.
Para a Ayurveda, a gravidez é um momento especial para as mulheres. Durante os nove meses, a Ciência da Vida ressalta a importância da alimentação, limpezas e rotinas diárias do corpo e da mente, principalmente, quanto aos pensamentos para desenvolver qualidade de vida da mãe e bebê de maneira inteiramente sattvica, ou seja, com pureza, harmonia, saudável, bem-estar, equilíbrio, serenidade, entre outros aspectos, pois irão influenciar diretamente na formação do bebê, determinando toda uma vida.
A medicina indiana está estabelecida na doutrina tridosha, tendo os humores vatapitta kapha no controle, regulação e manutenção das funções no corpo. Quando há equilíbrio entre os doshas (humores, biotipos, veja tabela abaixo da matéria), então há saúde; mas quando ocorre desequilíbrio entre os humores, prevalecendo um ou dois, então a saúde torna-se debilitada, levando à enfermidade e à morte. Algumas condições podem alterar o equilíbrio entre os doshas como mudanças climáticas, alimentos inadequados, fadiga, mudanças psíquicas, vida sedentária. 
O Ayurveda recomenda três práticas consideradas essenciais durante o período gestacional: ahar(nutrição), vihar (estilo de vida) e vichar (processo de pensamento) para auxiliar no desenvolvimento da mãe e bebê na vida intra-uterina, gerando no futuro uma criança que será um adulto com consciência de acordo com os ciclos do cosmos e integrado com o planeta e com os outros seres vivos.


2. A prakriti (físico) é formada em qual momento? 
Segundo Samkhya, uma das bases filosóficas da Ayurveda, temos que viver de forma integral e de acordo com ritmo cósmico, uma vez que tudo no universo está interconectado e interrelacionado. A realidade do cosmos é dividida em 25 componentes (tattvas). Purusha é a Alma Universal e Prakriti é a Substância Cósmica e está constituída pelos três Gunas: 1) sattva – qualidade da verdade, virtude, beleza e equilíbrio; 2) rajas – qualidade da força e do ímpeto e; 3) tamas 
qualidade que restringe, obstrui e resiste ao movimento. Prakriti não tem impulso para ação porque é inanimada e purusha dá vida à matéria através do sopro, que consideramos como prana. É somente através da união de purusha prakriti que a vida se manifesta.
No Sushruta Samhita é relatado que durante o 1º mês se forma no útero uma substância gelatinosa (endométrio) para a implantação do embrião. Seis ou sete dias após a concepção, o embrião se encaixa na bolsa do útero. No final do 2º mês é que o embrião adquire a forma e o cérebro já está formado, com a capacidade de coordenar os outros órgãos do corpo através de impulsos elétricos. Mas é somente a partir do 4º mês, quando todos os membros e órgãos do embrião ficam fortes, que o feto adquire consciência, por causa da formação do coração. Segundo Sushruta Samhita, o coração é o assento da consciência, por onde o feto expressa seus desejos pelos prazeres sensoriais através das vontades da mãe. Durante o 5º mês, o bebê dorme, acorda consciente de sua existência inconsciente e muda de posição; no 6º mês desenvolve-se a faculdade da cognição. Os últimos três meses são o período em que se completa o aspecto físico do desenvolvimento no útero, assim a criança cresce, ganha peso e adquire controle muscular.
Podemos considerar que a matéria (prakriti) é inanimada e depende do sopro de vida (purusha), então quando o coração é formado e ocorrem os batimentos cardíacos temos o assento da consciência na vida intra-uterina, mas ainda temos a dependência da mãe, pois nos primeiros três meses, embrião e mãe estão presos por um cabo (parte da placenta em formação) chamado Rasvaha Nadi, que auxilia na nutrição (ahararasa virya) da mãe para o feto. Neste período de formação é muito importante que a gestante seja cuidadosa, vigilante e procure momentos de relaxamento com exercícios de respiração e meditações, ouvir músicas agradáveis, entoar mantras para acalmar o ambiente interno e externo.


3. A gravidez influencia na constituição da criança?
De acordo com Sushruta Samhita, a medicina indiana está baseada na prevenção das doenças, buscando o equilíbrio entre os doshas com práticas de higiene, purificação e rejuvenescimento. Isto é válido para preparo para a concepção, em que homem e mulher passam por um processo, tendo como objetivo a pureza de shuka (sêmen) e artava (óvulo), tornando-os saudáveis, fortes e com muito amor (prema). Além de todo preparo fisiológico, há o preparo através de mantras para assegurar a concepção com saúde física, mental e kármica do bebê.
As condições físicas e mentais da mãe apresentam impacto na concepção e na evolução da gravidez, tendo em conta que para o Ayurveda “tudo está interligado”, pois é a mãe que supre todas as necessidades básicas da criança e, portanto, não tem como se dissociar da condição da mãe. 


4. Como ele ajuda nesse momento tão especial na vida da mulher?
Por meio do Ayurveda, temos acesso a diversas técnicas que possibilitam levar a gestante a níveis de relaxamento, contentamento, fortalecimento da relação mamãe e bebê, aumentando a produção de hormônios como a oxitocina, que é produzido no cérebro pelo hipotálamo, armazenado na hipófose e tem a função de promover as contrações uterinas no momento do parto e a liberação de leite durante a amamentação, fortalecendo os laços de carinho com o filho.
Por meio de toques suaves, após o 4º mês de gestação, devem ser realizados movimentos de massagem por toda a espinha dorsal, dando mais atenção às regiões da lombar, nas coxas, panturrilhas e pés com pouco óleo nas mãos do terapeuta. Além disso, pode praticar exercícios de respiração profunda e meditação, entoação de mantras e cânticos para futura mamãe e bebê. Os exercícios de respiração profunda auxiliam na eliminação de toxinas e na produção de oxigênio e nutrientes para mulher e seu filho.


5. Quais são os benefícios para a mãe e para o bebê?
Por meio da massagem, exercícios respiratórios e meditação, mas principalmente da alimentação sattvica, a mãe e o bebê são beneficiados com melhora da qualidade de sangue, fluidos, linfas e hormônios, promovendo a melhor formação dos tecidos, órgãos e corpo do bebê. De acordo com o Ayurveda, há uma necessidade de assimilar energia vital ou prana, uma vez que está ligada à respiração, oxigenação e circulação, sendo a cabeça, o local de prana. A energia vital tem sob controle as funções da mente, da memória, do pensamento e das emoções. O funcionamento fisiológico do coração também é governado pelo prana, e do coração prana penetra no sangue e controla a oxigenação em todos os dhatus (tecidos) e órgãos vitais. 


6. A grávida pode usar ervas? Quais são melhores e quais são proibidas?
Devem ser utilizados sempre ervas que promovam o equilíbrio dos dosha, mas principalmente, que promovam a guna sattwa. Na Índia podem ser utilizadas as ervas que promovem a formação dos tecidos (dhatu) como Shatavari (racemosus aspargos), ashwagandha (Withania somnifera), balamusali branco,musali salam e kapikachchu. As ervas que promovem pitta devem ser evitadas nos meses iniciais como cravo, canela, cominho, pimenta, noz-moscada, com exceção do último mês de gestação para estimular as contrações e trabalho de parto.
No Brasil, podem utilizara erva-cidreira e erva-doce, mas mesmo consideradas como ervas calmantes, as gestantes devem consultar o obstetra, pois é quem pode avaliar o estado de saúde, nutricional, incluindo os chás.


7.O que deve ser evitado durante a gravidez?
Álcool, tabagismo e drogas devem ser evitados para evitar anormalidades fetais. O Ayurveda sugere ainda evitar a atividade sexual após o quinto ou sexto mês, porque pode induzir sofrimento fetal. Outros aspectos devem ser evitados como: comer em excesso; dormir durante o dia e ficar acordado até tarde da noite; uso de roupas e cintos apertados; maus hábitos e comportamentos; discussões e brigas; e ruídos excessivos. Devem ser evitados os alimentos como as frituras, gordurosos e salgados.


8.Que tipo de dieta e tratamento é passado para a grávida? 
Uma dieta saudável durante o período de gestação é uma necessidade, pois isso resulta em última análise, o crescimento fetal, a saúde materna e lactação pós-parto. A dieta para Ayurveda é considerada como a principal forma de equilibrar os doshas vata, pita e kapha. É uma fase importante na fase de formação do embrião que recebe alimento diretamente por percolação, sendo importante a mãe se alimentar de substâncias com bastante líquido como frutas suculentas, água de coco, leite.
Dieta deve ser na forma líquida ou semi-líquida, úmido, nutritivo, enriquecido com os seis sabores (rasas) e suplementados com algumas ervas medicinais e especiarias que são conhecidos por aumentar o apetite e poder digestivo. 
De acordo com a Ayurveda, os alimentos mais saudáveis em todos os trimestres de gravidez: arroz, leite, trigo, frutas, passas, uvas, manga, ghee, e pequenas quantidades de açúcar em bruto (ou cristal), que não aumenta kapha. 
Os cereais como trigo, aveia, centeio, ervilha seca, broto de feijão, pão integral, lentilhas, grão de bico, soja em grão possuem uma quantidade adequada de proteína. Devem ser consumidos vegetais e legumes frescos como folhas escuras (espinafre, couve, rúcula), tubérculos e raízes (inhames, mandioca, mandioquinha). Entre as frutas: banana, maçã e suco de laranja, limão, abacaxi. Também as frutas secas como tâmaras, figos, amêndoas. 


9. A grávida pode fazer massagens, shirodhara, etc? 
As massagens podem ser realizadas por especialistas em gestantes sempre com orientação do médico, zelando pelo conforto no momento da prática, propiciando o relaxamento do corpo e da mente.
Quanto ao shirodhara, quando o óleo é aplicado quente sobre a testa, tem como objetivo diminuir vata, promover melhor concentração e diminuindo o estresse, ansiedade, procurando o equilíbrio de prana na cabeça, importante nas grávidas com distúrbios como síndrome do pânico, convulsão, transtorno obsessivo e de humor. Mas antes do uso do shirodhara, a massagem é a principal técnica para estes casos.


10. E o pós parto? Como é tratado?  
Vamos lembrar que no parto houve grande gasto energético, e nas próximas semanas, a mulher precisará restabelecer-se e cuidar do bebê. Depois do parto, a amamentação auxiliará o útero a se contrair mais rápido, e estas contrações podem ser sentidas por duas semanas, denominadas “dores residuais”, causadas pelo hormônio oxitocina, que regula o fluxo do leite. Portanto, cada vez que o bebê mamar, o útero sofrerá contração e voltará ao tamanho e forma normais. As contrações pós-parto são denominadas “contrações puerperais”. A mulher deve ter paciência neste momento, pois é um momento de reestruturação e restabelecimento do organismo, principalmente, do útero. 
A mãe deve, neste momento de pós-parto, ter um período de relaxamento por 3 a 4 dias. A massagem é um instrumento de purificação, pois a mãe deve bem devagar realizar atividades leves. Assim, após estes dias, deve retornar as massagens e exercícios de respiração profunda por cerca de 40 dias. Neste momento, a massagem se concentra nas pernas, cintura, costas, pescoço e ombros para auxiliar o corpo da mãe a relaxar, promovendo saúde física e mental.
Entretanto, o mundo atual propicia o surgimento de problemas emocionais nos pais, como depressões, psicoses pós-parto e manifestações psicossomáticas associada ao nascimento do bebê. Dentre os sintomas estão irritabilidade, choro freqüente, sentimentos de desamparo e desesperança, falta de energia e motivação, desinteresse sexual, transtornos alimentares e do sono, a sensação de ser incapaz de lidar com novas situações. 
O Ayuveda, com o uso de técnicas para minimizar os efeitos da depressão como massagens e oleação do corpo da mãe, aliada à prática de Yoga com exercícios de concentração, relaxamento e pranayamas, pode auxiliar na redução da depressão pós-parto. No caso das massagens, devem ser realizadas para estimular e promover a circulação de nutrientes e de fluidos, com efeito nos sistemas linfático e nervoso, melhorando os níveis de oxigênio, revigorando a química do sangue, levando toxinas para fora do corpo. Quanto à prática de asanas temos ustrasana (postura do camelo); viparita dandasana (postura invertida do bastão);sarvangasana (parada de ombros); setu bandha sarvangasana (postura da ponte). Estas posturas estimulam a abertura do peito, melhoram a respiração, promovem uma sensação de felicidade, aumentam a estabilidade e a confiança.

11. Você acredita que o Ayurveda pode ajudar as mães a ter crianças mais tranqüilas?
No atual estilo de vida que levamos nas grandes cidades, cercadas de poluição, ruídos, estresses, correria do dia-a-dia, o Ayurveda é a ciência que permite que a mãe ajuste o ritmo de vida de forma mais harmônica, volte-se para si, interiorize-se para ter uma melhor qualidade de vida. Mesmo que esta mãe não leve o método à risca, mas que ela consiga promover uma alimentação sattvica (equilibrada), receber massagens de relaxamento, ter momentos para praticar algumas posturas (asanas), exercícios de respiração e meditação promoverá uma gestação tranqüila, consequentemente, gerando um filho tranqüilo, saudável e com consciência.
Mas não podemos esquecer de que precisamos neste momento tão delicado da gestação da supervisão de médico ayurvédico, e devemos tomar cuidado com práticas inadequadas e inapropriadas com uso de ervas, massagens, alimentação que podem colocar em risco a gestação. 




Silvana Audrá Cutolo é bióloga, mestre e doutora em Saúde Pública (USP), com especialização em Saúde da Mulher pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Terapeuta ayurvédica e professora de Yoga para gestantes e pós-parto.
Contato: silvana.cutolo@gmail.com.